Sobre mim
Não me lembro bem de quando tudo começou, mas desde que me conheço que me lembro de estar rodeado de tecnologia, e acredito que foi algures na infância, 5 ou 6 anos talvez, quando passava horas a olhar para o ecrã do ZX Spectrum e a digitar o mítico comando LOAD ""
para dar vida a jogos. Aquela experiência simples despertou em mim uma curiosidade que nunca mais larguei: perceber como algumas linhas de código podiam transformar-se em algo vivo.
Pouco depois, já explorava o portátil 386 do meu pai, onde aprendia a iniciar jogos no DOS e me aventurava a descobrir o que estava por trás daqueles comandos. Foi mais ou menos por volta dos meus 11 ou 12 anos, que comecei a aprender a programar de forma mais séria — nesta altura aprender exigia muita curiosidade e paciência. Desde sempre soube que era no mundo da tecnologia — e em particular no desenvolvimento de software — que queria estar.
Foi também por essa altura que a internet começou a entrar na minha vida. De repente, o mundo deixou de ser apenas os livros e revistas e passou a estar a um clique de distância. Fóruns, comunidades online e partilhas entre programadores mais experientes abriram-me portas para aprender mais rápido e trocar conhecimento com pessoas que estavam do outro lado do mundo. Esse espírito de comunidade e partilha continua a acompanhar-me até hoje.
Hoje sou um arquiteto de software com mais de 20 anos de experiência, dedicado a desenhar e implementar sistemas bem estruturados, escaláveis e sustentáveis. Aprendi cedo que escrever código não é apenas fazer algo “funcionar”: trata-se de criar soluções que resistem ao tempo e acompanham a evolução do negócio. Para mim, a arquitetura de software não é apenas um diagrama ou uma buzzword — é a base sólida que permite que produtos e equipas cresçam com consistência.
A minha forma de pensar foi fortemente influenciada por autores como Robert C. Martin, Martin Fowler ou Eric Evans, que me ensinaram que frameworks passam, mas princípios ficam. Essa visão moldou a minha carreira: mais importante do que dominar a “tecnologia da moda” é saber aplicar fundamentos intemporais que tornam o software realmente robusto.
Sou fundador de uma empresa de desenvolvimento de software, onde lidero projetos, apoio clientes na definição de arquiteturas eficientes e ajudo equipas a escalar produtos sem comprometer qualidade. Trabalho também como consultor externo e formador, partilhando conhecimento e ajudando profissionais a crescer com confiança e autonomia. O meu foco está em elevar a maturidade técnica de pessoas e equipas, porque acredito que essa é a chave para criar software com propósito e impacto.
Ao longo da minha carreira colaborei com empresas de todas as dimensões — desde startups em ritmo acelerado a grandes grupos — em contextos muito distintos. Essa diversidade ensinou-me a adaptar princípios a realidades diferentes, sem nunca abdicar da qualidade. Nos últimos anos, tenho-me especializado em Domain-Driven Design, Clean Architecture e Arquitetura Hexagonal, porque acredito que são os alicerces que mantêm os sistemas flexíveis, claros e preparados para o futuro.
Mais recentemente, mergulhei no impacto da Inteligência Artificial no desenvolvimento de software. Uso estas ferramentas para agilizar processos, aumentar qualidade e libertar equipas para se concentrarem no que realmente cria valor. Dou também mentoria a profissionais e empresas sobre como adotar a IA de forma prática, ética e estratégica. Para mim, a IA não substitui fundamentos: é uma nova camada de ferramentas, que deve ser usada de forma inteligente, com espírito crítico e sempre assente em boas práticas.
Mas acredito que conhecimento só tem valor quando é partilhado. Por isso, para além do código, dedico tempo a escrever artigos, dar aulas e fazer talks técnicas. Gosto da energia da partilha: ensinar obriga-me a organizar melhor as ideias e permite-me aprender tanto quanto aqueles que me ouvem. É neste espaço de troca que vejo equipas e pessoas a crescer.
Fora do trabalho, pratico judo há mais de 30 anos, sou cinto negro e considero essa disciplina parte essencial da minha vida. O judo ensinou-me estrutura, respeito e intenção — princípios que aplico diariamente no desenvolvimento de software. Também sou um geek assumido, apaixonado por tecnologia, videojogos e tudo o que me desafie a aprender continuamente.
No fundo, aquilo em que acredito pode resumir-se em algumas ideias simples:
- código limpo não é opcional.
- Frameworks passam, princípios ficam.
- “Funciona na minha máquina” não é qualidade.
- O código deve ser aborrecido, as funcionalidades é que devem ser entusiasmantes.
- Projetos paralelos são o o que nos faz crescer e evoluir.
- E documentação não é um extra — é um presente para o teu futuro eu.
E é isso que me move até hoje: a mesma curiosidade de criança que começou no ZX Spectrum continua a acompanhar-me em cada projeto, em cada equipa e em cada linha de código. Acredito que o melhor da nossa área é que nunca paramos de aprender. É essa vontade de explorar, criar e partilhar que me inspira todos os dias a ajudar outros a crescer e a construir software que faz a diferença.